Líder quilombola é executada na Bahia

Maria Bernadete Pacífico era líder do Quilombo Pitanga dos Palmares e ex-secretária de Promoção da Igualdade Racial de Simões Filho (BA).

Foto: Divulgação/Conaq.

Maria Bernadete Pacífico, conhecida como Mãe Bernadete, foi assassinada na noite da quinta-feira (17/08). Além de líder do Quilombo Pitanga dos Palmares, Bernadete também era Yalorixá e ex-secretária de Promoção da Igualdade Racial de Simões Filho (BA). De acordo com informações, criminosos teriam invadido o terreiro da comunidade, feito familiares reféns e executado Mãe Bernadete com mais de 20 disparos.

Denildo Rodrigues, da Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (Conaq), acredita que Bernadete foi assassinada pelo mesmo grupo responsável pela execução do filho da líder quilombola, morto em setembro de 2017. "Ela sabia e a Justiça sabia que quem mandou matar 'Binho' estava lá, perto da comunidade. Só que não deu em nada. Ela nunca ficou quieta. Agora, foi silenciada. Muito triste para nós", lamentou Denildo.

Ele afirma que as lideranças das comunidades quilombolas e terreiros de Simões Filho são ameaçados frequentemente por grupos ligados a especuladores imobiliários, que tem interesse em ocupar os territórios. Simões Filho fica na região metropolitana de Salvador. Ao todo,16 mil quilombolas residem e cinco quilombos estão oficialmente registrados na capital da Bahia.

Um levantamento da Rede de Observatórios de Segurança apontou a Bahia como o segundo estado brasileiro com mais ocorrências de violência contra povos e comunidades tradicionais, com 428 vítimas registradas entre 2017 e 2022, atrás apenas do Pará.

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