Sérgio Reis e Otoni de Paula são alvo de operação da PF autorizada por Moraes
Os
mandados de busca e apreensão atendem a um pedido da Procuradoria-Geral da
República (PGR) e tem como objetivo apurar o eventual
cometimento do crime de incitar a população, por meio das redes sociais, a
praticar atos violentos e ameaçadores contra a democracia, o Estado de Direito
e suas Instituições, bem como contra os membros dos Poderes.
No
Rio, a PF fez buscas em dois endereços ligados ao deputado federal: no Anil e
na Barra da Tijuca, na zona oeste. O gabinete do político, em Brasília, também
foi alvo dos agentes.
Também
foram visitados pela PF quatro endereços ligados ao cantor. Os mandados
expedidos por Moraes são cumpridos no Distrito Federal, além dos estados de
Santa Catarina, São Paulo, Rio de Janeiro, Mato Grosso, Ceará e Paraná.
Além
de Reis e Otoni, o presidente da Aprosoja, Antonio Galvan, é um dos alvos
da operação da Polícia Federal desta sexta-feira. Galvan é uma das
lideranças do agronegócio que tem manifestado apoio ao movimento do presidente
Jair Bolsonaro (sem partido) de confrontar o STF.
De
acordo com a PGR, os pedidos dos mandados de busca e apreensão foram feitos no
âmbito de um novo inquérito, que teve a instauração requerida no início dessa
semana.
A
petição foi assinada pela subprocuradora-geral Lindora Araújo, que atua desde
2020 em matéria penal no Supremo Tribunal Federal, por delegação do PGR, Augusto
Aras.
Pelo
objeto do procedimento, foi solicitada a livre distribuição no STF. Também
foram requeridas diversas medidas cautelares que não a prisão temporária, além
do bloqueio de redes sociais para não se comunicarem entre si, nas suas redes
nem em outras.
Cantor
virou alvo de investigação no DF
Nesta
semana, Sérgio Reis virou alvo de um inquérito da Polícia Civil do
Distrito Federal após vir a público um vídeo em que o sertanejo convocava
caminhoneiros para um protesto contra o STF.
A ação
seria uma forma de pressionar o Senado a afastar ministros da corte. O músico
será investigado por associação a crimes como ameaça, dano e por expor a perigo
os meios de transporte público.
Otoni
de Paula já havia sido denunciado pela PGR em 2020 pelos crimes de
difamação, injúria e coação. Isso porque em junho e julho daquele ano o
deputado fez transmissões ao vivo pela internet nas quais imputou, por cinco
vezes, fatos afrontosos à reputação do ministro Alexandre de Moraes.
Além
disso, segundo a PGR, o parlamentar ofendeu a dignidade e o decoro do ministro
por 19 vezes. Nessas duas transmissões ele também foi acusado de usar
"violência moral" e "grave ameaça" para coagir Moraes.
Otoni também é investigado "inquérito das fake news", que apura,
entre outros crimes, o financiamento de supostos atos antidemocráticos. Deputado
se manifesta após operação
Depois
da ação da PF desta sexta-feira (20), o deputado fez uma live nas redes
sociais. “Não vou recuar um milímetro. Se alguém pensa que eu vou deixar de
falar o que eu penso, que eu vou deixar de ter a mesma postura que tenho... eu
não vou deixar de ter”, afirmou.
Ele
também voltou a citar o ministro do STF. “Alexandre de Moraes tem tido um
comportamento autoritário, que eu adjetivo de déspota. Ele hoje em dia tem a
autoridade e prerrogativa de prender todos aqueles que ele acha que tem que
prender, todos aqueles que ele acha que ameaçam a democracia. Então se ele acha
que eu sou uma ameaça à democracia, quem sabe eu não vou poder mais fazer essa
live porque poderia estar sendo conduzido à prisão”, declarou.
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